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segunda-feira, 23 de abril de 2012

um flash: sinto sua falta.


Fazia calor a última noite que falei com ele.
Falamos sem preocupação nenhuma e rimos, porque eu não achei que ele fosse realmente parar de existir. Na verdade nunca achei que morte existisse mesmo.
-Você acha que vai doer?
-O que?
-Morrer. Eu acho que dói.
-Doeria se eu tivesse que me preocupar. Só vai doer fisicamente, os médicos disseram que é uma das mais dolorosas.
-É estranho isso né? Parar de existir.
-É. Mas existir também não faz muito sentido pra mim.
-Você tá planejando seu velório?
-Uhum, não quero ninguém falando 'ah, paguei tal coisa pra ele' não.

E eu acho que doeu, mesmo.
Eu queria ter falado o quanto eu admirava ele, o quanto o mundo iria perder, o quanto eu estava com calor aquela noite e como isso é um tanto quanto surreal.
Pra quê tantas leis sociais aprendidas? Pra quê todas as fórmulas matemáticas? Pra quê aprender a dirigir? Morrer antes dos 20 não é um bom plano, sabe.
Ainda existem rastros seus no mundo. E pra quê?

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