Livros de biologia se encarregam disso, porque livros de poesia não o fazem (como deveriam.)
Nunca falam sobre quão poético e feliz é deitar um dia sobre o solo e ser devorada por ele, devagar, devagar... Ser uma parte, mesmo que pequena, da gigantesca pulsação estrondosa da vida. Se reciclar finalmente. Se reciclar, tudo que quisemos a vida toda, surpreendentemente acontece no final.
Tudo é cíclico, e como demoramos pra entender isso. Tanto que nem eu mesma, escrevendo, entendo. Um ciclo lindo, grande (gigante!), calmo, que leva um tempo arrastado como quem tem todo tempo do mundo.
Mundo?! Breve demais, igual tudo que conheço. Nunca serei hábil pra falar do ciclo do qual tanto me sinto parte, porque sou breve demais. E nunca poderei falar das imensas supernovas ou de galáxias porque simplesmente não as conheço.
E a maior das grandiosidades que conhecerei será ser abraçada, putrefata, pela terra na qual hoje piso descalça.
Devagar...