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quarta-feira, 15 de junho de 2011

existia, porém.

Não sem pudor, ela existia. Existia sem jeito, com certa dificuldade, existir ardia. Existia, porém.
Às vezes ela tinha um sopro assim, quase que uma inspiração, mas logo passava, e ela voltava a ser nada.
Um dia ela acordou e as lágrimas da noite anterior já estavam secas. Pegou a arma do marido falecido e, por um segundo, parou de existir e viveu. E vivendo ela era inteira torpor. Vivendo, puxou o gatilho.
Nem mais vida e nem mais existência.
Alguns sentiram falta dela por algumas semanas, depois voltaram a só - sem gosto, sem vida, quase sem âmago - voltaram a só existir.