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quinta-feira, 16 de julho de 2020

tentei deixar as coisas o máximo de tempo possível do jeito que você deixou
as comidas apodrecendo nas panelas
dentro de mim um animal sendo torturado
falei seu nome em voz alta pra ver se ainda cabia na minha boca e cabe tão bem
nada na casa me poupa porque tudo é coberto com a sua pele
a casa inteira rindo sua gargalhada
as cobertas na cama com o seu formato
você vindo de longe de qualquer lugar que eu olho
todas as canecas com a marca da sua boca
do lado de fora as plantas mudam devagar e você não sabe
o sol no seu quarto e você não sabe
o fio no meio do meu corpo gritando: ruptura
e todas as opções de continuar parecem esvaziadas, comer, tomar banho, dormir e estar acordada, estar acordada, estar acordada
porque eu sou inteira um galão de ácido
tudo para ninguém