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terça-feira, 20 de outubro de 2015

carta precoce pra uma futura despedida que talvez exista ou talvez não

se eu zarpasse, queria te pedir pra lembrar de mim. se eu virasse uma pequena abelha, ou um avião, ou uma folhinha ao vento, teria vontade de te pedir que me olhasse pra sempre com carinho. se eu virasse mulher e me juntasse aos tigres, leoas, outros felinos, te pediria, lembra de mim, não esquece de mim. te pediria pra não achar que isso é fuga. porque se eu partisse e um dia pensasse em voltar, pensaria em voltar pro lugar que eu ocupava em você. no teu ombro. na curva do teu pescoço. peito.
mas não te peço nada e não é "se", é "quando".
quando eu for, que você me esqueça rápido.
te quero completo. te quero (no) agora.
e seguirei contaminada, não como uma doença, mas como uma semente. ela brotará com a chuva da estrada e suas raízes estarão fundas nos meus olhos, nos meus olhares, nos meus passos, nas palavras carinhosas dirigidas a outros e outras que não serão você.
semente sua. mesmo que eu não lembre disso.