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sábado, 20 de junho de 2015

Pessoas muito tristes tem um olhar de quem não sente nada. Uma apatia de sentimentos enferrujados. Amor sem uso.
Dormem mal e acordam no meio da noite com súbitas faltas de ar (como se respirar trouxesse pra dentro o que falta).
Acho que até querem exercitar seu amar mas afastam o objeto por proteção.
(proteger o que, se não tem nada aí?)

quinta-feira, 11 de junho de 2015

eu te amo e aceito teu ir embora porque aprendi a ficar

pode levar tuas mãos e dedos e tuas ilusões construídas. leva seu peito, ombro e colo. leva sua liberdade e a faça maior. leva sua voz de sono e seu decrescente tesão.
vai, mas deixa pelo caminho essas tentativas falhas de enganar a si mesmo. e abandona sua preocupação.
tira da mochila a calma e veste. e se quiser ouvido, pega. e se quiser qualquer coisa, faço.
e que você seja feliz e completo e fique enquanto aprouver. eu fico. você me ensinou.
te amo, vai logo. eu aguento e até gosto. eu te amo, perto ou longe de mim.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

(Vó ancestral, sinto que devia te escrever ao invés de escrever as tristezas que me saem. Mas você me deixa vir essas coisas e preciso vazá-las. Agradeço por se encher e me encher de qualquer líquido misterioso.)

peguei a doença que seus olhos tem. doença de ver o que não existe
e deixar de ver o que existe.

luz, tira de mim. me atravesse como cristal.
como um pato de cristal na mesa da sala que captura a luz da janela sem querer e não consegue retê-la (por ser tão bonito).
não tente me decifrar.

terça-feira, 2 de junho de 2015

você gosta de mato mas dos meus pés na grama não gosta.
e gosta de tinta mas não quer pintar meu rosto
e tem amigosamores que bebem mas me julga quando estou bêbada
me chama mas me repele se eu te atender e diz saudade mas não aceita meus convites
e você tem esse olhar de quem ama o mundo inteiro mas ou é falso
ou não sou desse mundo