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segunda-feira, 9 de maio de 2011

Sobre a ilha da mente e suas árvores secretas.

Ficava em uma chácara, dentro de um bosque pequeno de araucárias e na beira de um rio. Era um pedaço quase insignificante de terra escapando pra dentro do rio, e aquele lugar tinha árvores que eu nunca mais vi em nenhum outro lugar do mundo. Chamávamos de ilha dos sete anões, porque éramos sete e principalmente pela graça de um lugar tão pequeno.
Prometemos umas para as outras que nunca revelariamos onde ficava nossa ilha.
Nossa ilha.
Guardamos tão bem, que por fim, esquecemos.
Anos depois lembrei de quando eu detinha toda a minha atenção em atravessar o perigoso bosque mágico de araucárias em seus incríveis 100 metros de área. Lembrei dos perigosos esquilos selvagens, e fingiamos tão bem! Os esquilos talvez nem soubessem que eram perigosos e selvagens.
E como procuramos a nossa ilha depois. Por todo o bosque, por toda a extensão do rio, procuramos nesse dia e no próximo e no próximo. Eu, acho que mais que todas elas, procurei porque precisava desesperadamente de qualquer coisa que me remetesse a quem eu costumava ser. Precisava das árvores secretas com suas folhas amarelas e espinhos.
Nunca encontramos.
Era uma ilha da mente.
Será que deixei lá tudo que eu tinha de especial? Será que eu me perdi na ilha? Nos perdemos todos na ilha, afinal. Esse 'nós' de agora é só uma sombra do que costumava ser real. E o resto de mim ficou entrelaçado nos galhos e folhas amarelas.