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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Derramavam mel nos meus pés.

Não eram meus, de fato, mas era tão doce que eu senti e tive vontade de vomitar. Enquanto pra alguns a paisagem passava só de relance, correndo e escapando escurecido pelo vidro fumê de um carro, pra mim foi como acordar cedo num sítio e comer torradas olhando um campo de margaridas; doce e enjoativo. Eu senti as margaridas nos meus pés. Eu senti o sol molhando de mel a superfície branca. E eu pensei, caralho, preciso voltar pra sujeira, pra cidade, pra poluição tão habitual.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Adotando tristezas.

Passei tanto tempo aceitando a tristeza. Passei tanto tempo que nunca nem precisou ser A Tristeza. Podia ser qualquer uma por aí. E fiz dela uma amiga íntima, deixei-a se acomodar gentilmente em meus ombros e quis ela por perto. Éramos perto, tão perto que mesmo quando eu estava feliz, sentia os ossos pesados dos seus joelhos no meu peito. Mesmo feliz eu dava um jeito de adotar (alguns diriam roubar) as tristezas dos outros e torná-las totalmente minhas. Mas quando um dia eu resolvi tirar suas coxas dos meus ombros e seus joelhos pesados do meu peito, quando eu resolvi não alimentar mais nenhuma tristeza e soltar minhas mãos das dela, eu, que sempre quis tanto viver, e eu que me senti ofendida e suja quando um monte de vida de verdade foi jogado na minha cara,
descobri que
ela é quem gosta de mim.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

'Ela aceita minha confissão'

3.260.292 habitantes sujos igual fumaça de cigarro pra mim. Podres e automáticos e velhos. Resultados de uma cidade velha, resultados de uma experiência urbana que saiu do controle e que saiu dos perímetros.
Exceto você. Você era puro e era uma criança. Você era um dia de verão depois de uma tempestade.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Rindo das 'últimas vezes'

E me parece engraçado agora porque eu simplesmente arrumava qualquer motivo pra uma 'última vez'.
Queria, na época, te dar a mão e te levar pra um tour mental e que você conseguisse entender o quanto de você permeava a minha mente, e também quis que você me levasse pra conhecer a sua. Agora eu quero na verdade colocar uns gifs brilhantes que dançam com o seu nome ao longo desse texto pra você entender que é pra você, e quero que você ria comigo e também quero colocar a música pra tocar. Particularmente, eu gostava que você me fizesse esquecer que nós vivemos no pior universo, no pior mundo e, pra ajudar, rodeados das piores pessoas com capacidades mentais limitadíssimas, e gostava quando você falava que meu cachorro é feio. Enfim, uma amizade vulgar. Minhas preferidas.