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quinta-feira, 18 de abril de 2013

Ela tanto, eu tão pouco. Ela barulho, eu calmaria.
Ela me quer muito, mas junto, todas.
Ela me puxa e me beija com urgência, aperta minha nuca, me morde. Depois me empurra, vira pro outro lado e dorme. Me conta mil histórias, mil noites e amores dos quais nenhum sou eu.
Me olha tão fundo que é difícil suportar não beijá-la. Me abre, me vira e mê lê, eu nem sei como interpretar seus olhos.
Viveu mil anos. E eu, engatinhando.
Sinto fome dela. Quero sua delicadeza e força e o cheiro do seu travesseiro em mim. E só por segundos, no escuro, que sejamos iguais.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

De outono a outono

Era como se estivesse vazia de alguma coisa da qual precisasse terrivelmente. Como quando se respira e os pulmões não enchem. Respirei voraz, rápida, faminta, esperando que isso suprisse minhas faltas.
Não sei se estava prestes a murchar ou dilacerar de dentro pra fora. Liguei para o primeiro número da agenda como quem liga para a ambulância; "me salvem ou vou explodir!"
Claustrofóbica de mim mesma, meu corpo não mais me continha. Precisava englobar o mundo, por isso expandi.
Não estava vazia. Estava cheia de ausência.