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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Não estavam mais casados um com o outro.
Estavam casados com a memória do que um dia foi, e com a esperança de que um dia voltasse a ser o que era.
Serem o que eram.
Se amavam-se, não sei. Mas amavam sobretudo um ao outro do passado, os namorados que foram. Nunca tiveram filhos, como planejaram na juventude.
Assim que cresceram mergulharam numa rotina estática de trabalho. Rotina... Palavra que juraram odiar, na saúde e na doença, até que a morte os separasse. Porém adotaram-na pra definir os seus dias. Assistiram os antigos planos de namorados lentamente afundarem na vida, real que era. Na vida real não existe espaço pra planos bonitos.
E permanecem juntos, definhando lado a lado, na saúde e na doença, até que a morte os separasse -enfim-, amém.