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quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Carta sobre o estado atual das coisas

Tinta com água completam bem a pintura que nem comecei. Posso pingar com o pincel nos olhos da criatura (que nem comecei, a não ser na mente).
De pés gelados, geladíssimos. Não me atrevo a esquentá-los porque preciso sentir. (sentir o que? qualquer coisa)
Para ter certeza que estou viva preciso deles geladíssimos. Preciso dos olhos ardendo. A cabeça pulsando.
Preciso ser melhor e isso toma tempo e vontade.
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

sábado, 10 de agosto de 2013

o dia que eu me deixei

Um dia acordei e não era mais artista. Não era.
Eu mexia meus dedos contra a luz e não era arte que saía deles. Respirei fundo e nenhuma sensibilidade veio. Peguei o lápis e ele pareceu áspero na minha mão, como se não mais me pertencesse. Dos meus poros não saíam mais poesia, só suor (frio). Meus pensamentos não eram mais coloridos.
Acho que a arte deixou meu corpo.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

ser estar ficar permanecer tornar-se continuar

Que alma cinza essa de quem julga os erros borbulhantes de português. De quem ignora a mensagem para caçar desvios da patética norma culta.
Não é aceitável que com tantas areias de praias azuis para serem exploradas pelos meus pés descalços,  eu ainda tenha que me preocupar com objetos indiretos. Que com tantas pedras grandes e quentes no mundo nas quais eu devo deitar nua, agentes passivos e predicados possam impedir minha expressão plena. Não é justo que existam em mim tantos erros bonitos para serem gritados ao mundo (!!!...) enquanto cultos senhores frios queiram calá-los. Me poupe da sua arte quadrada.