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domingo, 24 de julho de 2011

Então diz como eu deveria agir

Esquece o que eu disse sobre 'o que, sinceramente, eu quero de você.' Achei que sabia mas não sei, achei que poderia ser surpreendida, mas não serei. O que eu, sinceramente, quero agora é sentar contigo no chão, bem perto pra te pedir desculpas e ouvir você não dizer nada. E queria muito mais você agora, só porque eu não posso ter, só porque você não quer, só porque eu não me gosto o suficiente.
Queria olhar seu rosto ridículo de quem não tem remorso e inventar na minha cabeça que você está se importando e que você consegue enxergar MAIS do que eu acho que você consegue. Você nunca tinha me fascinado antes.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Veículos lentos na pista da direita

Já estavam cansados demais pra serem irônicos. Não aquela hora, não aquele dia, não fisicamente. Eles eram duas pessoas cansadas.
Quando eram jovens, juntos tinham um tipo de brilho. Uma combinação inusitada, um menino desempregado, uma cidade grande pequena demais, uma primavera, uma menina morena desajeitada. Agora eram dois adultos afetados.
Eles foram afetados! Perigosíssimo. A tragédia da normalidade, altamente contagiosa pela convivência. Uma vez ouvi falar de um homem que foi contagiado, e ainda tentamos nos recuperar.
Um a um, nós tentamos nos recuperar.
Nesses dois o brilho foi substituído por fundas olheiras. Quando a infecção estava no começo, ainda existia o humor ácido um contra o outro. Agora foram consumidos.
Havia amor? No fundo, no fundo,
não.
Era irreversível.