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segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Eu sinto muito (forte) por todos os moradores enterrados por ganância lamacenta. De Mariana à Linhares. Recebo a dor dos índios, que não bastasse todo o resto pelo qual choram, choram agora pelo rio sagrado morto. Quando um desague que foi bonito, doce no salgado, agora é veneno no salgado, no ápice do ritual das tartarugas marinhas, e ovos parindo filhos de metais pesados. Vale do Rio Morto. Choro pelos que habitavam as beiras e o fundo do rio. Animais humanos e não humanos. Pelos que bebiam do rio, pelos que respiravam dele. Choro pelo mar, amor antigo, vê-lo sangrar.
Tremo de medo da velocidade do ódio. A velocidade que a lama corre, a velocidade da vida humana, a velocidade que atropelou o pássaro.
E me entristeço ainda pela lama dos outros lugares do mundo, a lama verdadeira, limpa e fresca, bela, úmida, água na terra, cheirando a mundo, que teve o nome roubado e usado como eufemismo pra RESÍDUOS TÓXICOS DE MINÉRIO. Meu coração está soterrado.

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